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Até já, despedia-me eu ontem.

 

Pouso a caneta, fecho o caderno, arrumo o estojo e olho para o ecrã da televisão.

Pasmo!!!


Afinal ficámos a saber que a PARVALOREM, que já estava na posse de quatro mil milhões de activos executados pelo BPN à Sociedade Lusa de Negócios e a outros devedores, junta agora mais um milhão de Euros executados a José Oliveira e Costa. Nove imóveis, mais umas acções que tinha no BPN (qual?) e um dinheiro que tinha no mealheiro.


Muito bom! A PARVALOREM tem mais um milhão e consolidou assim o fundo de garantia da dívida soberana. Os portugueses, segundo o mecanismo das equivalências e paridades, perderam outro, que acresce à dívida soberana.


Os portugueses ainda não entenderam que quantos mais milhões estacionarem no ‘’veículo’’ mais milhões lhes serão debitados no saldo final da dívida soberana.


Ora, mas o mais interessante da notícia que veio ontem a lume é que Oliveira e Costa deve ser o último dos executados no processo de ajuste de contas do BPN!

Não é espantoso?


Só após o resgate de quatro mil e quinhentos milhões de Euros pela PARVALOREM, se conseguiu executar um milhão a Oliveira e Costa. E foi necessário que Oliveira e Costa "tivesse fugido"!


Parece ser o panorama mais provável, confrontando as notícias. A Ministra da Justiça veio serenar a opinião pública alegando que Oliveira e Costa não poderia ter fugido, pois tem uma pulseira electrónica. Mas ele não tem pulseira electrónica, tem um passaporte.

Para reforçar a iniciativa da Ministra da Justiça, o próprio telefonou para o tribunal a comunicar que estava em casa, como alegam também os seus advogados. Mas em casa a polícia não consegue notificá-lo. Quem telefonou para o tribunal foi o gato.


Estaremos perante o caso Maddie 2?


Tínhamos evidenciado na penúltima nota um certo desconforto, por verificarmos que a PARVALOREM era uma das entidades que teria que dar o seu consentimento ao financiamento do Projecto Alqueva de José Roquete. Que faria a PARVALOREM embrulhada no assunto? O BPN teria concedido crédito a José Roquete no âmbito do Projecto Alqueva? Ou a PARVALOREM era parceiro de um projecto com uma componente estrutural do QREN?


Sabemos agora que o BIC partilha com a PARVALOREM os bens executados a Oliveira e Costa. Isto não é espantoso?


O PSD, com a urgência de se ver livre do BPN não preparou bem a privatização. Deixou o crédito concedido pelo BPN a Oliveira e Costa pendurado no BIC.

Que mais terá o PSD deixado pendurado no BIC? Será que o BIC ainda recuperará os quarenta milhões que despendeu na aquisição do BPN com a venda de uns activos que o PSD deixou pendurados?


Vamos dar como adquirido que Oliveira e Costa fugiu. Bem, ao que parece, a PARVALOREM não o deixou fugir antes que saldasse as contas.

Sem Oliveira e Costa os processos judiciais em curso perderão sem dúvida a sua substância essencial. Mas seriam muito significativos os processos em curso?


A ideia com que ficamos é a de que a primeira fase do saque se concluiu. Com quatro mil e quinhentos milhões de Euros em caixa, a PARVALOREM tem tudo na mão e a mascarada dos processos e denúncias pode agora ser substituída pela chantagem. A PARVALOREM será, pelas minhas contas, o maior credor da República Portuguesa.


E agora? Eu previa, do que pude deduzir da sucessão dos episódios que eclodiram durante este Verão, despoletados aparentemente pela demissão de Vítor Gaspar, que a coligação aguardava pela conclusão das eleições autárquicas para tirar a máscara de que não vai necessitar até ao fim da legislatura.


O assalto ao BPN está concluído e Oliveira e Costa devia ausentar-se da boca de cena. Já não tem pulseira electrónica, tem passaporte, só lhe falta o dinheiro, senão vai deambular como sem abrigo pelas ruas das ilhas Caimão. Mas devem ter-lhe tirado de um bolso e atulhado outro.


Tive pois que interromper a sequência que vinha de trás para deixar esta nota. Logo retomo-a.


A não ser que irrompa hoje nos ecrãs da televisão a notícia de que a PARVALOREM também fugiu, na peugada de Oliveira e Costa, com o produto do saque. 


...


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