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No início de Janeiro, a Galeria Perve lançou nas redes sociais uma petição  visando o impedimento da venda da Colecção de pinturas de Miro em Londres, tal como foi anunciado pela Ministra das Finanças e o Presidente da PARVALOREM.

Em dois de Outubro de 2013, eu tinha pessoalmente solicitado ao Secretário de Estado da Cultura e à Directora Geral do Património Cultural, diligências para apurar o paradeiro da colecção de oitenta e cinco pinturas, medidas de salvaguarda e colaboração para iniciar a proposta para a sua classificação:

 

‘’Excelentíssimo Senhor Secretário de Estado da Cultura, Excelentíssima Senhora Directora Geral do Património Cultural.

 

Excelentíssimos Senhores.

 

Passaram mais de cinco anos desde que foi anunciado que fora solicitado a uma comissão de arqueólogos um parecer sobre a autenticidade e proveniência de uma colecção de artefactos supostamente arqueológicos adquirida pela Sociedade Lusa de Negócios, vulgo conhecida por ‘’colecção egípcia do BPN’’.

Foi também revelado em Agosto de 2008 que o Banco Português de Negócios, a Sociedade Lusa de Negócios ou o Dr. José Oliveira e Costa estavam então na posse de cerca de oitenta obras de Juan Miro, que passaram à propriedade de Estado Português após a nacionalização do BPN.

Estareis, com certeza, Excelentíssimos Senhores, no conhecimento de qual o meu envolvimento pessoal no processo de aquisição da ‘’colecção egípcia’’.

Cabe-me, face a um inexplicável silêncio, solicitar a Vossas Excelências informação acerca do paradeiro da ‘’colecção egípcia do BPN’’ e das obras referenciadas de Miro, solicitando ainda a sua apresentação pública tão breve quanto possível.

Manifesto ainda a Vossas Excelências a minha intenção de, como cidadão português, dar início ao processo de proposta de classificação desses bens como património de interesse público. Para o que solicito também a diligência de Vossas Excelências.

 

Com os meus cumprimentos.

Manuel de Castro Nunes.’’

 

A minha solicitação não teve até ao presente resposta. Mas já nos habituámos à sobranceria, legitimamente democrática, dos actuais responsáveis pelo exercício do poder público.

 

Quem tem acompanhado a minha intervenção e exposição já entendeu com certeza que eu continuo a partir, como sempre parti do pressuposto de que as pinturas de Miro que alegadamente pertenceram ao BPN se encontram sem paradeiro, ou continuam na posse formal das offshores que estavam em 2008 em seu poder, não estando ainda constituídas as condições em que o estado português as possa vender, ou ordenar a sua venda.

 

Dois jornais ingleses e o espanhol El Pais, uma espécie de Diário de Notícias castelhano, publicaram em 20 de Dezembro uma notícia que faziam acompanhar de um elenco de fotos que pareciam ser o primeiro rasto visível das pinturas do BPN. As fotos exibiam supostos funcionários da Christie’s a instalar, ou desinstalar de uma parede quatro pinturas visivelmente de Miro. E citando a venda de oitenta e cinco, apenas descreviam e referiam o valor de quatro.

 

De facto, as notícias publicadas em Inglaterra e em Espanha antecederam as notícias ‘’em primeira mão’’ publicadas em Portugal.

 

Mas o que é suspeito é que em Portugal não se revelou ainda qualquer imagem de uma só pintura do elenco de oitenta e cinco.

 

Será que pretendem mesmo e apenas incitar à cólera e à suspeição dos portugueses para virem depois dizer: ‘’Estão a ver? Precipitados, já lançavam o boato de que as pinturas não estavam em Londres.’’?

 

Será esta a estratégia inovadora de comunicação da associação de mal entendidos PARVALOREM/GALILEI/Ministério das Finanças?

 

Para bom entendedor, meia palavra basta.


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