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Sem qualquer veleidade de nos atribuirmos uma importância do que a que de facto temos, o que aqui desvendámos e tornámos visível no que respeita às mentiras com que desde 2008 tem sido encoberta a verdadeira dimensão, natureza e envolvidos na ‘’questão BPN’’ incomodou muita gente.

 

Não fomos nós, mas a forma como sistematicamente - e num itinerário que pensamos consequente - expusemos aquilo que sempre se tentou encobrir, motivou várias reacções e respostas que envolveram tanto a comunicação social como as múltiplas entidades públicas responsáveis.

 

O mais óbvio sintoma disso é o artigo que hoje, pretensamente a propósito de uma petição extemporânea, cujo próprio propósito não conseguimos determinar, veio a lume no jornal PÚBLICO.

 

O artigo do jornal PÚBLICO, da autoria de Cláudia Carvalho, parece-nos todo ele redigido com o fim de atenuar o impacto de tudo o que temos dito acerca da colecção de pinturas de Joan Miro que serão leiloadas pela Christie’s nos próximos dias 4 e 5 de Fevereiro.

 

Tenta, por uma lado, apresentar uma nova versão, não detalhada mas surpreendente, acerca da forma como as pinturas chegaram à posse em 2006, pela compra a um coleccionador japonês. Como já deixámos explícito, se assim fosse, o catálogo da Christie’s mente também ou incorre num lapso, pois dá parte da colecção adquirida em 2003, outra em 2005 e outra em 2006.

 

Após a última nota que aqui deixámos, não vale a pena sequer perder muito tempo a demonstrar que toda esta história é uma mentira pegada, em conjura entre os órgãos de comunicação social e o Estado. Um dia, talvez, viremos a saber o que a mentira pretendia encobrir. Mas sem dúvida os gatos, todos, deixaram o rabo de fora quando se quiseram esconder.

 

Reitera-se a mentira de que os quadros estiveram, desde 2008 guardados na Caixa Geral de Depósitos. Não é verdade, como já demonstrámos, o que é confirmado pelo itinerário das pinturas durante os últimos quatro anos.

 

Reiteramos a nossa suspeita sobre se as pinturas estarão de facto em Londres. Confirma-se agora, após a publicação dos catálogos da Christie’s, que não necessitariam de estar para que a Christie’s pudesse elaborar os catálogos. As pinturas eram conhecidas e as suas fotos estavam todas ou quase todas publicadas.

 

 

Passando à frente, resta registar, com veemência, alguns indícios da extensão real da conspiração.

 

O artigo do PÚBLICO parece sobretudo servir para consolidar dois novos protagonistas no movimento de contestação e indignação contra o facto de as pinturas serem vendidas sem qualquer consulta coerente aos portugueses, que, de resto, sem nunca se explicar porquê, desconheciam a colecção até que surgisse nos catálogos da Christie’s, embora estivessem à guarda da CGD.

As estrelas do vanguardista movimento contra a venda da colecção Miro são agora Pedro Lapa e Carlos Cabral Nunes. Ninguém lhes pergunta o que andaram a fazer até agora.

 

Que raio de negócio terá sido este e quem esteve nele envolvido? O que esconde?

 

Bem, há algo de preocupante a que há que dar agora outra relevância e atenção.

 

A Fundação Joan Miró diz não ter informações suficientes para decidir se as pinturas lhe poderão ou não interessar. E o neto do pintor, responde, com menosprezo, que a Christie’s é que sabe. A Christie’s terá procedido à avaliação sem consultar a Fundação Miro?

 

A Christie’s limita-se de novo a repetir que o mercado é soberano.

Porque razão todos continuam a falar sobre a Christie’s como se a Christie’s fosse soberana?

‘’A conceituada leiloeira avaliou a colecção entre oitenta e centos e dez milhões de Euros’’. ‘’A conceituada leiloeira avaliou de novo a colecção em cerca de quarenta milhões de Euros.’’

 

Afinal quem vai ser soberano no que respeita a oitenta e cinco pinturas de Miro que, legitimamente, de acordo com o que todos foram alegando, pertenciam aos portugueses?

 

Será que este caso é um daqueles em que o Estado, os magistrados, os jornalistas e a Christie’s partilham o segredo de justiça?


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