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O lado do Caso BPN que poucos conhecem nos seus trâmites mais profundos, obscurecidos pelos interesses das partes envolvidas. O relevo dado a duas colecções de arte entretanto sem paradeiro, fazendo crer que são motivo de todo o descalabro do caso BPN
A primeira notícia que saíu à rua, na comunicação social, acerca do ‘’tesouro’’ do BPN, foi uma reportagem da lavra de um repórter da Agência Lusa, que, para além de outros testemunhos, recolheu o meu.Passou uma tarde comigo a ver documentos, escritos e fotográficos.
Entreguei-lhe nomeadamente o relatório que aqui publico, que era um relatório de síntese, mas que não deixa dúvidas quanto aos objectos que compunham o ‘’tesouro’’.
De resto, tendo o repórter recolhido também o testemunho do Presidente do IGESPAR, do Director do IPMC e do Museu Nacional de Arqueologia, que estavam também na posse deste relatório e da documentação fotográfica, não se entende por que razão o repórter da LUSA continuava a estruturar a sua reportagem em torno de uma ‘’colecção de arte egípcia’’.
É provável que nem o Presidente do IGESPAR nem o Director do IPMC tenham sequer aberto a documentação que lhes entreguei. Mas o jornalista viu tudo em detalhe comigo.
Os episódios que se seguiram foram caricatos.
Como o jornalista insistia em murmurar que eu tinha sido ‘’mediador’’ do negócio com o BPN, saiu a público um consagrado egiptólogo da nossa praça, alegando que em Portugal ninguém sabia nada de egiptologia, pelo que não entendia a razão de ter ficado arredado do negócio. A sua raiva era tão perturbada, que todos o interpretaram como alegando que, uma vez que se tratava de egiptologia, o ‘’mediador’’ chamado deveria ter sido ele.
Para mais estava na moda a colecção de múmias do MNA, que dera entrada num programa de manipulação técnica de grande rigor científico. ADN, TAC, todas as novidades que começavam a alucinar os arqueólogos.
Perguntará o leitor: de onde virá a ideia da ‘’colecção egípcia’’?
Da simples constatação de que o assunto se tornaria mais apelativo se metesse uns escaravelhos. Durante uns anos os próprios arqueólogos continuaram a falar na ‘’colecção egípcia’’.