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O lado do Caso BPN que poucos conhecem nos seus trâmites mais profundos, obscurecidos pelos interesses das partes envolvidas. O relevo dado a duas colecções de arte entretanto sem paradeiro, fazendo crer que são motivo de todo o descalabro do caso BPN
A cotação do título BCP em 31 de Dezembro de 2001 era de 4. 550 Euros. Em 31 de Dezembro de 2002 era de 2.280 Euros. Para uma capitalização bolsista de 5.3 mil milhões de Euros.
Em 27 de Março de 2003, o título do BCP alcançara o valor de 1.330 Euros.
Em 25 de Outubro de 2006 estava em 2.560 Euros. E em 18 de Março de 2004 estava em 2.890 Euros. Em 9 de Agosto de 2008, recuperara já para 3.870 Euros, andando nos dias anteriores nos 4 Euros.
Em 29 de Janeiro de 2008, começava a mergulhar, alcançando já os 2.110 Euros.
Em 7 de Novembro de 2008 descia abaixo do Euro, 0.90 Euros, tecto que jamais superaria.
No dia 7 de Outubro de 2013 estacionava em 0.10 Euros.
http://www.bolsapt.com/historico/BCP.LS/47/
Mas em Abril de 2006 o BCP preparava-se para, em conjunto com a SONAE, lançar uma OPA sobre o BPI e a PT.
‘’As OPAs à PT e ao BPI encaminham-se para soluções nacionais, mas os oferentes terão que subir o preço. O BCP terá que aumentar o "cash" e Belmiro terá que negociar com a Telefonica o Brasil e com o BES eventualmente a TV Cabo. Os fundos para já estão fora e João Pereira Coutinho, apesar de ter conseguido os financiamentos do Dubai, não está para fazer de lebre num negócio que é muito arriscado.
A Portugal Telecom está a perder 30 mil clientes por mês no fixo, e o negócio das telecomunicações passou de moda para os investidores. Já não é o que foi na década de noventa do século passado.
Depois da concertação de mais de 50% dos accionistas do BPI, esta semana comunicada à CMVM, e da resposta de Artur Santos Silva à OPA do BCP e, ao contrário do que disse a Caixa Investimento, os meios financeiros admitem que a fusão das duas instituições está mais próxima, mas Paulo Teixeira Pinto vai ter que subir o preço. A concertação entre os accionistas do BPI, tal como aconteceu entre Belmiro de Azevedo e João Oliveira no caso do BPA, apenas visa obrigar o Banco de Paulo Teixeira Pinto a pagar caro pelo BPI. Mas a operação está feita e o BCP, apenas, aguardará o momento oportuno para levantar o preço e tornar a OPA efectiva.
A história teve evoluções esta semana, com a troca de acusações, entre o BPI e o BCP, nomeadamente acusando Artur Santos Silva o BCP de ter gerado menos valor para os accionistas que o BPI nos últimos dez anos. Por outro lado, para criar um ambiente de maior antagonismo, o BPI pediu à CMVM para exigir ao BCP que notifique o mercado de que já terá pelo menos 5% do BPI. Trata-se de um requerimento obviamente ofensivo, já que, no mercado, ninguém admite que o BCP possa ser imprudente ao ponto de, nesta altura, se dar ao luxo de deixar de fazer uma comunicação relevante ao mercado.’’
(Jornal de Negócios.)
Porque razão nos lembrámos de repescar, a propósito do caso BPN, o caso BCP?
Se a OPA se tivesse realizado, em 2008 a CGD tinha três dos maiores bancos nas mãos. Só faltava o BES. Era um programa de nacionalização da banca. Para quê?
Belmiro vai ter que acertar acordo com Telefónica e Ricardo Salgado
‘’O mesmo parece estar a acontecer na Portugal Telecom, depois desta semana começar a ser claro que provavelmente não haverá OPAs concorrentes à da Sonae. Ricardo Salgado e a Telefónica têm-se multiplicado em contactos para ver se conseguem que os "private equity" se juntem a Miguel Paes do Amaral, ou se João Pereira Coutinho avança, mas esta semana tudo parece ter recuado.
Do lado dos fundos internacionais há quatro razões para neste momento não irem ao negócio. Em primeiro lugar, as telecomunicações já passaram de moda e não há mais-valias para se conseguir, a não ser com racionalização do mercado e despedimentos. É um sector sem interesse e os fundos não querem comprar agora para ficarem agarrados daqui a cinco anos, sem que ninguém lhes recompre a posição, nem mesmo a espanhola Telefónica, que tem mercados mais rentáveis que o português. Por outro lado, os fundos têm medo do risco Portugal. Despedir quatro mil funcionários na PT é muito difícil e sobretudo muito caro. Há o problema político do envolvimento do Governo no negócio e a oposição dos sindicatos. Mas, sobretudo, os fundos sabem que a Portugal Telecom é um campo minado, cheio de capelas em autogestão, sobre o qual só se aguentava Miguel Horta e Costa, exactamente porque nunca quis mandar e manteve equilíbrios em vez de olhar para o rendimento da empresa.’’
Se seguirmos o historial de toda esta operação com atenção, concluiremos, com simplicidade, que é muito difícil de calcular a proveniência dos meios financeiros para todas estas operações.
A consequência de toda esta embrulhada abater-se-ia passado um ano sobre o BCP. Na realidade, Vítor Constâncio apenas observava talvez irónico e aguardava o momento para cair como um gato sobre o rato. Era questão de as comadres se zangarem.
A diferença no essencial foi que o rato BCP se entregou domesticamente. O BPN tinha por detrás a toda poderosa SLN.
Seria que José Sócrates e Vítor Constâncio quereriam a SLN? A sequência dos episódios dos primeiros três anos de relação do governo de Sócrates e da CGD com o BPN transmitem a ideia de que a CGD quer a SLN, através da recuperação dos créditos do BPN.
Esta é a diferença entre o programa do PS e o programa do PSD para o caso BPN.