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O lado do Caso BPN que poucos conhecem nos seus trâmites mais profundos, obscurecidos pelos interesses das partes envolvidas. O relevo dado a duas colecções de arte entretanto sem paradeiro, fazendo crer que são motivo de todo o descalabro do caso BPN
Resposta ao comentário de Ze Barreto ao post do dia 06/02/2014
Por mim, eu conheço milhares de Zés Barretos, sujeitos hipócritas e covardes, sem cara nem identidade, mas que vêm a terreiro com muita bravura, impor condições.
Poderia responder-lhe, simplesmente, que a minha condição para lhe responder seria a de identificar-se.
Mas não, vou responder-lhe, para dar resposta a todos os Zés Barretos e a todos os hipócritas que põe aí andam a lançar confusão sobre a matéria.
E, de resto, nem precisa de se identificar. Já lhe expliquei outrora que sou professor de Português, habituado à crítica e análise textual. O Zé Barreto é o Vítor Roma, Jaime Rebotim, Manuel Avó. Por encargo de João Pinto Ribeiro.
Primeiro que tudo, não vou fazer de contas que sou jornalista. Nem sou, nem quero ser, essa é a sua área e o seu domínio. O Zé Barreto não é muito inteligente, ou é mesmo estúpido, se ainda não entendeu que o nosso objectivo é desmantelar a retórica que os Zés Barretos encomendam aos jornalistas. É por isso que a cronologia o baralha.
De modo que vou responder-lhe como eu entender e o Zé Barreto merece. Como merece um sujeito sem rosto muito empolado e imperativo.
Resguardando as minhas fontes e os dados a que tive acesso quando o entender.
Vamos a cronologia e a dados, àqueles que se lhe atravessarão já na garganta.
Cronologicamente, é muito curiosos registar que, insolitamente, a primeira intervenção de um arqueólogo no processo de aquisição da ‘’colecção egípcia’’ pelo BPN consiste num ‘’mail’’ enviado por um arqueólogo a Vaz de Mascarenhas, para o endereço do BPN Cabo Verde, enviando uma imagem de uma máscara em ouro, que se alegava apreendida pela polícia na Turquia, fazendo crer que as máscaras que integravam a colecção em referência teriam sido apreendidas pela polícia na Turquia, procedentes do Iraque, do que se deduziria que a polícia turca andava a vender máscaras.
Todavia, logo se comprovou que a referida máscara era uma montagem fotográfica que utilizava duas máscaras, qualquer delas na posse de um coleccionador português.
Daqui se concluía que o alegado arqueólogo pudera ver as máscaras com que a montagem fora feita. Ou ele, ou alguém que lhe enviara o ‘’documento’’.
Mas o alegado arqueólogo era mesmo arqueólogo, usava o nome de António Silva, parava pelo Algarve e era conhecido nos meios arqueológicos por ‘’Anton’’, à russa.
Pelo que basta intercalar entre António e Silva um nome próprio iniciado por um C. Quer mais?
Em marcha à retaguarda, na cronologia, tudo leva pois a crer que já havia quem conhecesse a colecção antes de ser apresentada ao BPN.
Retomando a marcha à frente, espero que não enjoe, Zé Barreto, um ano antes de concluída a aquisição pelo BPN, o inventário descritivo e fotográfico da colecção foi entregue em mão ao Director do Instituto Português de Museus e ao Presidente do IGESPAR, acompanhado de todos os estudos realizados.
Seguindo, pois, a colecção foi adquirida, em 2006, pela GESLUSA/SLN, com crédito concedido pelo BPN e contrato assinado por Oliveira e Costa, que, anteriormente, assinara o contrato de concessão de crédito ao vendedor, no montante de metade do valor compra, para que a GESLUSA reunisse as condições para a adquirir.
Ficou pois durante dois anos nas instalações do BPN, onde poderia ter sido observado por quem o desejasse, tendo pessoalmente manifesto a minha disponibilidade para o efeito.
Neste intervalo cronológico, ficam uns detalhes que gostaria muito de ler já hoje, mas que eu vou deixar para lhe responder a futuras intervenções.
Agora note o seguinte. E se tivesse lido com atenção já o teria notado, mas já reparei em que não é muito diligente.
Para o que interessava para a matéria que respeita a esta publicação, o que devia ter registado era o seguinte:
A primeira vez que, publicamente, se citou a ‘’colecção egípcia’’ foi numa declaração de Miguel Cadilhe em Agosto de 2008, ao ‘’revelar’’ que o BPN estava na posse de três activos ‘’tóxicos’’. Que o BPN ia de imediato proceder à sua venda, para cujo efeito já estava na posse de uma avaliação da Christie’s, que avaliara a ‘’colecção egípcia’’ em cinco milhões e seiscentos mil Euros.
Ora, se a Christie’s pôde avaliar e observar a ‘’colecção egípcia’’ em Agosto de 2008, a verdade é que, depois dessa data ela se sumiu para não mais aparecer. De tal modo que nem os jornalistas do Correio da Manhã, do Diário de Notícias, da Agência Lusa de Notícias, nem o tribunal, nem qualquer arqueólogo a voltou a ver.
Essa foi a razão por que as únicas imagens que dela, até ao presente, foram reveladas, foram-no pelo Correio da Manhã, que publicou, sem autorização, de resto, as de minha autoria que constavam do inventário. E porque todos continuavam a falar numa ‘’colecção egípcia’’.
No ano de 2010, uma procuradora anunciou que tinha pedido a dois ou três arqueólogos, os jornais nunca foram unânimes, um parecer sobre a ‘’colecção egípcia’’.
Tenho insistido reiteradamente com os arqueólogos, através de todos os meios de comunicação pública, para que revelem o teor do relatório.
Ninguém o faz ou ninguém tem coragem para o fazer. Porque se existe relatório deve ser a réplica dos comentários de Luís Raposo, que não comento pois falam por si.
De tudo isto deduzo que a ‘’colecção egípcia’’ não tem paradeiro pelo menos desde 2008. Em meu abono vem o facto de ninguém me ter publicamente desmentido desde então. Porque só haveria uma forma de o fazer, era indicar com objectividade o paradeiro.
Portanto, concluo que não existe um registo de inventário de recepção da ‘’colecção egípcia’’ pelo Estado ou pela administração do BPN em exercício desde a nacionalização.
Note bem o que acabo de escrever. Compreende que o meu inventário é o inventário da colecção que foi vendida à GESLUSA e não pode susbstituir o inventário que devia ter sido realizado quando a colecção foi recebida pelo BPN nacionalizado e supostamente alojada num cofre da Caixa Geral de Depósitos? No mesmo cofre onde foram alojadas oitenta e cinco pinturas de Miró, que dele terão saído, sem que ninguém se apercebesse, em Dezembro passado?
Ora, a matéria desta publicação era esta. Quais objectivamente as suas dúvidas, Zé Barreto?
Eu sei. Vossemecê não teve paciência para ler o que estava para trás. De modo que chegou aqui e não entendeu nada.
Não sendo essa a sua desculpa só haverá outra. Vossemecê é arqueólogo ou antiquário. E como tal está perturbado e com receio de que este tema afecte a sua reputação.
E posso-lhe garantir que afecta mesmo.
Para concluir, Zé Barreto, não quer aqui deixar a sua opinião, assim mais ou menos, a olho, pelas fotos, sobre se a colecção é falsa ou genuína?
Não faça cerimónias.
‘’Dei-lhe conselhos precisos, que você poderia ter estimado e agradecido, apesar de envoltos em alguma ironia franco-atiradora. Porque eram conselhos para você melhorar o aspecto do seu blogue e o impacto da sua mensagem. Sendo mais espertinho ou não se deixando dominar por tentações paranóicas, você teria percebido que, se eu desejo que melhore o seu blogue, é porque gosto da atitude que nele revela, disposto a fazer frente ás manipulações diárias da comunicação social.’’
Vamos a ver, ‘’Zé Barreto’’, eu expliquei-lhe que me bastou proceder a uma breve análise textual do seu comentário, para o identificar.
Deixe-me então ver se conseguimos entender os seus comentários e o seu propósito.
Diga-me primeiro do que tudo em que sou confuso ou qual a sua confusão.
Coloque as questões objectivas que entender.
Diga-me o que não entendeu.
Tente comentar apenas um dos factos que aqui alego, apenas um, para poder também testá-lo e entender o seu propósito. Não acha que também tenho o direito de interrogar o seu propósito?
Porque, até agora, e já vão dois comentários, ainda não questionou um só dado ou assinalou algo que não tenha entendido.
Porque gostaria mesmo de lhe dar uma resposta que o ‘’Zé Barreto’’ jamais esquecesse, faço mesmo questão de lhe responder.
Por isso, passo adiante das apreciações constantes do trecho que extraí do seu comentário.
Vira agora a ‘’coisa’’ do avesso. Deixemos os leitores concluírem sobre quem é paranóico e espertinho.
Não deixe, por favor de me fazer o favor de colocar questões objectivas, para me garantir que tinha alguma.
Até já.