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O lado do Caso BPN que poucos conhecem nos seus trâmites mais profundos, obscurecidos pelos interesses das partes envolvidas. O relevo dado a duas colecções de arte entretanto sem paradeiro, fazendo crer que são motivo de todo o descalabro do caso BPN
Primeira questão.
O Senhor poderia explicar, de forma sintética, para os leitores deste jornal ou espectadores deste canal de televisão, o que é a ‘’lei moral de Kant’’?
Segunda.
Sim, eu também penso que deve ser muito simples, a ‘’lei moral de Kant’’. Em sua opinião o que é mais simples, mais intuitivo e mais fácil de aplicar no âmbito das suas funções, a ‘’lei moral de Kant’’ ou o Código Penal?
Terceira.
Em sua convicção, os Serviços de Informação de Segurança e o Serviço de Informações Estratégicas de Defesa, genericamente os Serviços de Informação da República são a fonte de uma conspiração contra o sistema judicial e dedicam-se a escutar e vigiar juízes e magistrados? Se assim fosse seria caso para pensarmos que o combate ao terrorismo está a ser perturbado porque os funcionários dos serviços secretos usam o seu tempo para espiar juízes?
Quarta.
O Senhor já deu conta de que um extenso rol de tópicos que alega contra os políticos, nomeadamente contra José Sócrates e contra a Maçonaria, directamente ou por alusões, foram introduzidos no combate e na propaganda partidária por um grupo de agentes do SIS que, por razões nunca esclarecidas, se refugiaram no Brasil, após expulsos do SIS, alegadamente pelo então Primeiro Ministro José Sócrates? Conhece o Alcides?
Quinta.
Se assim fosse seria legítimo alegar que o Senhor estaria captivo de uma facção dissidente do SIRP?
Sexta.
Não lhe vou rogar que responda como cidadão no uso da sua liberdade de expressão e recorrendo às suas convicções ideológicas, mas como juiz vinculado à sua condição. O Senhor está convencido de que a oligarquia angolana está mais habilitada para manipular o poder político, judicial e mediático do que a oligarquia portuguesa e, através dela, a oligarquia europeia?
Sétima.
O Senhor acha ou está convicto de que esta questão que lhe coloco não deve ser ponderada por si na condição de juiz?
Oitava.
Ora muito bem. O Senhor nunca deu conta de que a oligarquia portuguesa, como sede do poder político, judicial e mediático não responde à conjuntura e aos estímulos de mercado como um corpo monolítico e pode deixar-se tentar para manipular o poder político, judicial e mediático para resolver questões de mera concorrência, de espaço de representação e exclusividade no controle das instituições através da formulação de suspeitas e incitação a processos para ajustar contas e reacomodar posições? Manipulando o que se denomina ‘’combate à corrupção’’? Sente-se capaz de analisar com frieza e distanciamento a origem das denúncias e suspeitas antes de iniciar a sua intervenção sobre um processo?
Nona.
Alguma vez suspeitou de que poderia estar a julgar em abono de causas de ricos ou entre ricos?
Décima.
Se não se sente habilitado para responder a qualquer destas questões, deve persistir em manter o seu cargo e as suas funções pois está no caminho certo. Desejo-lhe sinceramente um bom desempenho e tenacidade para superar os seus adversários.
O jornalista virtual Manuel de Castro Nunes.