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O lado do Caso BPN que poucos conhecem nos seus trâmites mais profundos, obscurecidos pelos interesses das partes envolvidas. O relevo dado a duas colecções de arte entretanto sem paradeiro, fazendo crer que são motivo de todo o descalabro do caso BPN
Nova DECLARAÇÃO PÚBLICA.
Parafraseando Mário Soares, o Partido Socialista deveria ''cuidar-se''.
Leio, atónito, a OPINIÃO de Fernanda Câncio no Diário de Notícias.
Recordo-me, embora com a memória um pouco enevoada, de um ou dois debates acesos que mantive com ela na caixa de comentários de JUGULAR, um deles a propósito de um incidente para-eleitoral ocorrido no Rossio no Verão quente de 2011, a propósito dos ''indignados'' que rejeitavam a exorbitância da representatividade do sistema parlamentar português e clamavam por uma democracia mais representativa, ou directa como estava em voga, no Rossio e na Porta do Sol de Madrid.
Fernanda Câncio saía então a terreiro em defesa da ''legalidade democrática'', da legitimidade da polícia ao desmantelar ''acampadas'', coisas, todas elas, precursoras da carismática ''autoridade democrática'' do iluminado Poiares Maduro.
Ora, leio agora, então, a OPINIÃO de Fernanda Câncio no Diário de Notícias de sete de Maio de 2018. Ora muito bem, então, no Verão quente de 2011, era Fernanda Câncio quem defendia José Sócrates e nós que questionávamos a exorbitância da representatividade e da soberania transferida para o Partido Socialista que nos confrontara com a intervenção dos supervisores da oligarquia internacional.
Vamos então convocar a proposta ou sugestão de Fernanda Câncio. Vamos esquecer os super juízes e os super procuradores, vamos esquecer o processo judicial, vamos esquecer as irregularidades processuais, a politização ou partidarização do sistema judicial, vamos esquecer o estado de direito, vamos esquecer tudo. Vamos ''voltar à pedra'' como propõem os epigrafistas, vamos partir da ''tábua rasa''.
Vamos julgar a ética política, a moral, a cara com que o Partido Socialista comparecerá perante os eleitores no próximo ciclo eleitoral.
É neste foro que se julgam as causas políticas. Era neste foro que tudo deveria ter começado e porventura ter sido concluído. Não era necessário comprometer e conspurcar o sistema judicial, obrigando-o a tirar a máscara.
Vamos julgar José Sócrates no foro do julgamento político, da sua legitimidade política enquanto alegado socialista. Vamos, porventura, apurar o que é o socialismo e como deve viver e comportar-se um sujeito que se apresenta aos eleitores como socialista.
Vamos julgar o Partido Socialista. No foro político. No foro da legitimidade política, no foro da moral e da ética política.
Elaboremos uma lista de ''quesitos''.
E o primeiro seria sem dúvida, o saber se o comportamento moral e ético de José Sócrates é incompatível com a ética e a moral do Partido Socialista, incompatível com o socialismo do Partido Socialista, incompatível com a ''praxis'' política do Partido Socialista.
Vamos investigar, investigar exaustivamente. Vamos investigar se o Partido Socialista sabia ou não quem era José Sócrates e até que ponto as mentiras de José Sócrates foram encobertas pelas mentiras do Partido Socialista.
Quem previamente deveria ter investigado e escrutinado José Sócrates, antes de o apresentar ao eleitorado, seria o Partido Socialista. Competiria ao Partido Socialista saber se José Sócrates era socialista, se era e se parecia ser.
Bem, teremos que concluir este itinerário com uma investigação ainda mais exaustiva, para sabermos quantos Sócrates permanecem ainda no Partido Socialista.
Fernanda Câncio deu um belo tom para uma bela sinfonia.